BAUNILHAS
Vanilla planifolia
Baunilha de Madagascar
A baunilha mais conhecida no mundo gastronômico, com raízes na América Central, levada à Europa no século XVI e, posteriormente, cultivada nas colônias do Oceano Índico, no final do século XVIII. Com favas de aproximadamente 20 cm, seu aroma inconfundível é uma sinfonia de complexidade: notas fenólicas, amadeiradas, balsâmicas e um fundo de caramelo cremoso. A alta concentração de vanilina faz desta baunilha a escolha ideal para criações clássicas e contemporâneas.
Texto e descritivos aromáticos escritos pelo perfumista Pablo Lizárraga.
Vanilla phaeanta
Baunilha bahiana
Uma preciosidade endêmica do Brasil, encontrada nos biomas da Caatinga, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Medindo cerca de 13 cm, esta baunilha se destaca por suas notas etéreas e frutadas de ameixa seca, com uma nuance amadeirada que complementa sua complexidade. É perfeita para pratos que pedem uma assinatura aromática marcante e inesquecível.
Texto e descritivos aromáticos escritos pelo perfumista Pablo Lizárraga.
Vanilla pompona
Baunilha do Cerrado
Natural das regiões tropicais da América Central e do Sul, e amplamente difundida pelo Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Encontra-se especialmente em ambientes da Amazônia e Cerrado, impressionando pelo comprimento e pela largura de suas favas, que podem atingir tamanhos superiores a 16 cm. Seu perfil aromático envolvente e único é composto por notas balsâmicas intensas, especiarias aquecedoras como a canela e um toque sedutor de chocolate. Sua riqueza aromática a torna um ingrediente cobiçado por chefs que buscam elevar suas criações a níveis extraordinários.
Texto e descritivos aromáticos escritos pelo perfumista Pablo Lizárraga.
A baunilha do Cerrado, conhecida cientificamente como Vanilla pompona, é uma planta nativa do bioma Cerrado, encontrado no Brasil. Diferente da baunilha comum, Vanilla planifolia, cultivada principalmente em Madagascar, a baunilha do Cerrado é menos explorada comercialmente, porém possui um grande potencial gastronômico e cultural. Ela cresce em condições naturais, adaptada ao clima e solo dessa região única, e destaca-se pelo aroma intenso e diferenciado, com notas mais amadeiradas e encorpadas em relação à baunilha tradicional.
A extração e cultivo sustentável da baunilha do Cerrado são fundamentais para a conservação do bioma e para o desenvolvimento econômico das comunidades locais. Pequenos produtores e povos tradicionais têm encontrado na exploração responsável da baunilha uma fonte de renda, incentivando o uso consciente dos recursos naturais e preservando a biodiversidade.
Nesse contexto, o movimento Slow Food se conecta diretamente com a valorização da baunilha do Cerrado. Fundado na Itália na década de 1980, o Slow Food surgiu como uma resposta ao crescimento da fast food e ao declínio das tradições alimentares locais. A filosofia do movimento defende o consumo de alimentos de qualidade, produzidos de forma sustentável e com respeito à cultura local e ao meio ambiente. Ele apoia a preservação de saberes tradicionais, o manejo sustentável e o fortalecimento das economias locais. Uma das formas de atuação do movimento é a“Arca do Gosto”, que é um catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga alimentos especiais ameaçados de extinção.
A baunilha do Cerrado já foi catalogada na Arca do Gosto porque reflete a diversidade e o patrimônio culinário de uma região brasileira. Dentro dessa visão, ela vai além de ser apenas um ingrediente aromatizante; ela simboliza a resistência à padronização dos sabores e à degradação ambiental, oferecendo uma alternativa que celebra a identidade e a biodiversidade do Cerrado brasileiro.
Vanilla cribbiana
Originária da América Central, atualmente ocorre em alguns estados do Brasil, como Pará e Mato Grosso. Esta joia rara da natureza mede cerca de 10 cm e encanta chefs com seu perfil aromático fascinante. Notas sutis de açúcar mascavo, toques balsâmicos e uma leve nuance de tabaco fazem desta baunilha uma escolha diferenciada para criar sobremesas e pratos sofisticados, realçando sabores de forma única.
Texto e descritivos aromáticos escritos pelo perfumista Pablo Lizárraga.